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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

5º - Encontro – 06.10.2010

       Inicialmente discutimos alguns trechos do texto de Flavio Desgranges, A experiência teatral como prática educativa: A posição do espectador. No início do texto, Desgranges cita Sonia Kramer “Para ser educativa, a arte precisa ser arte e não arte educativa”, o que já possibilita compreender o enfoque do capítulo discutido. Destaca-se que Desgranges faz interessante análise sobre arte, leitor/espectador, leitura, interpretação, criação, re-criação, signos, dentre outros, com ênfase na arte teatral como ação educativa.  Ao trazer esse texto para discussão nesse encontro o objetivo foi o de favorecer aos participantes a compreensão de que um texto dramático, assim como um texto narrativo, possui uma polissemia inesgotável de sentidos, ou seja, cada leitor participa do diálogo com o autor, e compreende os signos apresentados no texto, de maneira própria, de acordo com a sua experiência pessoal, sua trajetória, sua posição social, seu ponto de vista. Pode-se afirmar diante disso, que o leitor nessa busca de sentidos elaborados pelo autor, pode ser visto como um co-autor. Importante ressaltar que o leitor contemporâneo diante das novas tecnologias, por exemplo, não é mais um mero receptor de informação, mas é estimulado a interferir, manipular, modificar e re-inventar. A ação educativa proposta de adaptação de texto narrativo para texto dramático é uma provocação dialógica em que o aluno (leitor), nos diferentes gêneros textuais e contextos, poderá também através de estímulos efetivar um ato produtivo, elaborando reflexivamente conhecimentos tanto sobre o gênero narrativo, o gênero dramático, quanto acerca de aspectos sócio-histórico-culturais presentes tanto na realidade ficcional, como na sua realidade.

No segundo momento do encontro, os participantes, Juliana e Gil, apresentaram os primeiros exercícios de suas travessias. Juliana escolheu fazer a adaptação de um documentário intitulado Se não melhorar, Salvador vai parar, autoria de Daniela Cerqueira, Fernanda Cruz e Juliana Arize, cujo título provisório é O caos no trânsito e nas pessoas. Ouvimos suas ideias, já algumas cenas, situações e personagens delineados e foram feitos pela turma e professora sugestões e comentários com o objetivo da análise e reflexão de todos, do distanciamento crítico em relação à obra, a adaptação, e a autora. Suas ideias remetem a situações bastante ligadas ao cotidiano de grandes centros urbanos: congestionamento, irritação, agressividade, violência, falta de tempo, dentre outros. A meta de Juliana é buscar cada vez mais a aproximação com a escrita e estrutura dramática e se distanciar do texto narrativo (roteiros vídeos, TV, dentre outros) que é a sua maior experiência. Gil escolheu adaptar um conto de José Saramago, intitulado O conto da ilha desconhecida, cujo título provisório é A ilha desconhecida. Gil também apresentou o seu início de travessia, suas ideias, personagens e situações já com algumas nuances. A sua leitura da obra traz imagens ou temas metafóricos e situações mais ficcionais vividas no século XVI. Sua meta é buscar as possibilidades dramatúrgicas para desencadear a estrutura dramática de sua adaptação.

Sue não fez revisão do seu texto já solicitada no encontro passado. Rose ainda não decidiu o conto para sua travessia, assim como Rita.

Participantes desse encontro:

Gil
Rose
Sue
Juliana
Rita


Próximo encontro: Discussão sobre o texto de Jean- Pierre Ryngaert, A arte dos outros. (Xerox) e apresentações das travessias já iniciadas para análise e reflexão de todos  participantes.